quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

SAUDADE

Saudade - Miguel Falabella
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu,do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia semvê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologistacomo prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald’s; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer… Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler.


... não consigo nem comentar um texto destes.
Kel

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Carta De Um Anjo
Falamansa
Composição: Tato

Na verdade
minha vontade é de voar por aí
fazendo aquilo tudo que eu não consegui
por ter fracassado ou então desisti
então já sabe
se um dia desses me encontrar por aí
voando lá no alto que é pra não cair
só volto pro chão se você me impedir
que é pra ver se eu fico bem
nesse céu que me faz bem a saudade que o peito invade, fim
aquela brisa tava me chamando
me convidando a voar por ai
sou passarinho que não sai em bando
por onde eu ando só você vai seguir
teu lugar ta guardado no céu

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mera coincidência

Insônia
Era dia, era uma vida comum, com emprego, família e uma sensação de que algo estaria fora do lugar.
Por quê tanta tristeza? Se ela tinha aquilo que todos queriam? Casa, marido, emprego, amigos...
Mas ela não se achava triste, apesar de ter se despojado do seu brilho e de sua personalidade para viver uma vida que era o modelo de perfeição. Eis que veio a tempestade, ventos de traição, decepção e amargura destruíram a frágil estrutura de vida da menina.
Agora, ela tinha que enfrentar o mundo por si mesma. Sem a bengala da sua família ou de quem quer que fosse.
Atravessar o deserto foi muito difícil, houve momentos de desespero, de alucinação, de fé, de euforia. Sobretudo, houve muito sofrimento. Mas numa noite fria de inverno ela encontrou um oásis... Nele, a descoberta da gentileza, da diversão, do companheirismo, da liberdade... aquela liberdade que lhe faz querer estar preso...
E foi esse Oásis que fez a menina continuar sonhando, caminhando sempre em frente, às vezes chorando, noutras sorrindo. O riso bobo de quem é feliz... aquele riso que aperta os olhos, enlarguece a boca e abre o coração.
E nessa estrada a menina, já não era tão menina, amadureceu, mas não endureceu... ela descobriu como é melhor ser leve, solta, autêntica...
Ela aprendeu que a sua história quem escreve é ela, que em alguns momentos pode-se até pegar um desvio na estrada do outros, principalmente, quando se está perdido. Mas, isto deve ser momentâneo... para não se perder na estrada alheia.
Já era noite, e ela descobriu que era possível compartilhar leituras, dividir experiências, discutir política, beber água mineral... ela experimentou o limite da liberdade. Riu, falou, bebeu, comeu, leu poesia, flertou, conquistou... ela descobriu que era charmosa, inteligente, engraçada, alegre... enfim ela se sentiu viva!
Era madrugada e ela estava sozinha, mas não infeliz... e começou a pensar nas voltas que a sua vida deu e fez aquela velha matemática das perdas e ganhos deste ano... o saldo ? Positivo!! E a certeza de que tudo passa.

THEREZA LEAL
Lindo texto da minha mais nova amiga Thereza, me identifiquei muito com a história

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Férias



"Coisa que gosto é poder partir sem ter planos, melhor ainda é poder voltar quando quero" Milton Nascimento
Viajar é preciso... mais é muito bom voltar.
Volto renovada, cheia de idéias, motivações, esperança, ânimo, cheia de vontade de fazer as coisas darem certo... ufa!!!! Terei muitas coisas pra fazer este ano... Ser feliz é a principal delas....
Beijinho.... Kel