segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Deserto

A impressão que tenho é de estar atravessando um deserto. E o deserto está dentro de mim, não fora. Fora a paisagem é bonita, verde, úmida, feliz. Dentro secura, aridez, tristeza.

Acho que entendo Lenine na frase "medo de morrer na praia depois de beber o mar", como morrer na praia depois de ter bebido o mar? Afogamento? Não... Incerteza, insegurança, medo...

Tenho medo de não sair do deserto, mas também de atravessá-lo e descobrir que o oásis é pouco interessante...rsrsrs. Tenho medo de me acostumar, morro de medo de me acostumar...

Mario Sérgio Cortela escreve que "o animal satisfeito dorme", "que homem satisfeito acomoda-se a situação do momento", que horror!!!!

Tenho medo de acomodar na tristeza, na satisfação momentânea, na preguiça, no medo do enfrentamento. Sinto que já estou tomada por uma certa acomodação, mas isso me angustia ou melhor "ainda" me angustia.

Estou no deserto e está sendo duro demais a travessia. Já pensei ter percorrido alguns atalhos para atravessá-lo e sinto que fiquei mais cansada, com mais sede, menos confiante e não cheguei a lugar algum. Aprendi que em se tratando de desertos os "atalhos" não servem, eles só alongam o trajeto e a sensação de continuar no meio do caminho é no minimo desesperadora.


1ª lição aprendida: não existe atalho no meio do deserto...

Kel...

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